O que é o spread bancário? Veja como calcular! 

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O que é o spread bancário? Veja como calcular! 

20 set 2024

Redação It's MoneyRedação It's Money
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Quando falamos de empréstimos ou financiamentos, você já parou para pensar por que os juros dos bancos são tão altos? Essa diferença entre o que você paga e o que o banco cobra nas operações de crédito tem um nome: spread bancário.

Mas o que, de fato, significa esse termo que ouvimos tanto no mundo financeiro? Como ele impacta o seu dia a dia e os seus investimentos? Neste artigo, vamos mergulhar nesse tema para esclarecer de maneira simples e direta o que é o spread bancário, para que ele serve e, claro, como você pode calculá-lo.

Vamos lá?

Spread bancário: o que é

Spread bancário é a diferença entre os juros que o banco cobra ao conceder um empréstimo e o que ele paga aos seus investidores. Em outras palavras, spread bancário é o que o banco ganha com a intermediação de dinheiro.

Quando você aplica dinheiro na poupança, por exemplo, o banco paga uma taxa de juros — essa é a taxa de captação. Mas, quando você faz um empréstimo, o banco cobra uma taxa de juros maior, certo? Essa é a taxa de empréstimo. A diferença entre essas duas taxas é o spread bancário, que representa o lucro do banco na operação.

Inclusive, ele tende a ser mais elevado no Brasil do que em alguns outros países. Isso se deve a uma série de variáveis, como os riscos de inadimplência, os custos administrativos dos bancos e até mesmo as regras de regulação. Tudo isso influencia no valor que você, consumidor, vai pagar ao tomar crédito.

Adiante, descrevemos com mais detalhes como tudo isso funciona. Continue acompanhando!

Para que serve o spread bancário

O spread bancário não é apenas um número aleatório. Ele tem uma função importante no sistema financeiro, pois garante que os bancos cubram seus custos operacionais e obtenham lucro.

Além disso, ele é uma forma de os bancos se protegerem contra o risco de inadimplência, ou seja, contra a falta de pagamento dos empréstimos. Isso significa que, quando você paga mais em juros, parte desse valor serve para cobrir possíveis perdas dos bancos com clientes que não conseguem honrar suas dívidas.

Outro ponto relevante é que o spread bancário também financia os custos administrativos dos bancos, como a manutenção de agências, sistemas de segurança e pessoal.

Como funciona o spread bancário

Agora que já sabemos o que é o spread bancário e para que ele serve, é importante entender como ele funciona na prática.

Como vimos, ele é composto por diferentes componentes: o custo de captação (quanto o banco paga para captar dinheiro), os custos administrativos, o risco de inadimplência e os lucros da instituição.

Então, funciona assim: quando um banco empresta dinheiro, ele já considera todos esses fatores para definir a taxa de juros.

Quanto maior o risco de um cliente não pagar, por exemplo, maior será o spread.

Isso ajuda a explicar por que, muitas vezes, pequenos negócios ou pessoas físicas enfrentam taxas de juros mais altas em comparação a grandes empresas ou clientes com histórico de crédito positivo.

Como calcular o spread bancário

Saber como calcular o spread bancário pode parecer complicado à primeira vista, mas a fórmula é simples. Basta subtrair a taxa de captação da taxa de juros cobrada pelo banco.

Por exemplo, se o banco capta dinheiro a 4% ao ano e cobra 10% em um empréstimo, o spread bancário será de 6%. Portanto:

  • Spread bancário = Taxa de empréstimo - Taxa de captação

Essa diferença reflete o ganho do banco na operação. Vale lembrar que essa margem não é toda destinada ao lucro. Como já vimos, o spread cobre custos operacionais, o risco de inadimplência e outras despesas.

Por que o spread bancário do Brasil é alto?

O spread bancário no Brasil é notoriamente mais alto do que em muitos outros países. Mas por que isso acontece? Existem diversos fatores que influenciam diretamente essa diferença, e aqui estão os principais:

  1. Inadimplência: um dos maiores motivos é o risco da falta de pagamento. No Brasil, o índice de inadimplência é relativamente alto e os bancos precisam se proteger de prejuízos causados pelos débitos em aberto - o que acaba elevando o spread.
  1. Custo operacional: manter uma rede de agências, investir em segurança e tecnologia, além de cobrir outros custos administrativos. Tudo isso aumenta o preço final dos serviços bancários, refletindo-se também no spread. No Brasil, esses custos são particularmente elevados.
  1. Impostos: o setor bancário no Brasil é altamente taxado e grande parte desses impostos acaba sendo repassado ao consumidor por meio de spreads mais altos.
  1. Falta de concorrência: o sistema bancário brasileiro é dominado por poucas grandes instituições, o que limita a competição. Menos concorrência significa menos pressão para baixar os juros e os spreads.

Esses são apenas alguns dos motivos que explicam por que o spread bancário no Brasil tende a ser tão elevado. Isso impacta diretamente os consumidores e as empresas que buscam crédito.

Spread bancário 2023: dados

O spread bancário em 2023 no Brasil teve algumas mudanças interessantes. A taxa média de juros para novas contratações fechou o ano em 28,4% ao ano, apresentando uma queda de 1,7 ponto percentual (p.p.) em relação ao início do ano.

Apesar dessa redução nos juros, o spread bancário subiu ligeiramente, ficando em 19,7 p.p., o que significa que a diferença entre o que os bancos pagam para captar dinheiro e o que eles cobram dos clientes aumentou.

Esse aumento no spread pode ser explicado por diversos fatores, incluindo a queda da taxa básica de juros, a Selic, que recuou de 13,75% para 11,75% ao longo de 2023.

Embora a Selic tenha caído, outros componentes do spread - como o risco de inadimplência e os custos operacionais dos bancos - continuaram impactando o valor final.

No crédito livre, aquele em que os bancos têm mais liberdade para definir as taxas, os valores para pessoas físicas terminaram o ano em 54,2% ao ano.

Ou seja, esse número reflete tanto o aumento no crédito pessoal quanto nas taxas de cartão de crédito rotativo, onde os juros são notoriamente altos.

Esses dados mostram que, apesar da queda em algumas taxas de juros, o spread bancário continua sendo uma realidade que impacta o custo do crédito no Brasil.

Qual a relação da taxa Selic e o spread bancário

A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira e serve como referência para diversas operações de crédito.

Quando a Selic sobe, o custo de captação dos bancos também aumenta, o que pode elevarspread bancário.  Por outro lado, o custo do dinheiro para os bancos é reduzido quando a Selic cai - como vimos em 2023. Isso pode ajudar a reduzir um pouco o spread.

Spread bancário afeta os investimentos?

Sim, ele pode afetar os investimentos. Especialmente se você estiver envolvido em operações de crédito, como financiamentos ou empréstimos.

Isso porque quando o spread é alto, o custo do crédito aumenta. Consequentemente, há um impacto na rentabilidade das empresas e no retorno dos investimentos, como ações e títulos.

Além disso, para quem busca renda fixa, a diferença entre o que os bancos pagam e cobram nas operações também pode influenciar a atratividade de certos produtos, como CDBs e LCIs.

Por isso, compreender como o spread bancário funciona e quais são seus impactos no cenário econômico ajuda você a tomar decisões mais informadas, tanto na hora de buscar crédito quanto na hora de investir.

Além disso, uma assessoria de investimentos pode ser bastante útil para analisar opções de investimento considerando o spread bancário como uma realidade do mercado e economia brasileira.

Redação It's Money

Redação It's Money

A redação do portal It’s Money é formada por um time de profissionais com ampla experiência editorial, com acompanhamento e revisão de jornalistas especializados.

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