Fee fixo XP: entenda como funciona esta forma de remuneração dos assessores

Se você já ouviu falar sobre o fee fixo XP, provavelmente ficou curioso quanto ao funcionamento desse tipo de remuneração dos assessores. E faz sentido querer saber mais, porque a maioria das pessoas tem a ideia de que um assessor vende os produtos financeiros com base em comissões.

Ocorre que essa abordagem comissionada vem mudando nos últimos anos, justamente com a popularização do fee fixo XP - um modelo mais transparente e alinhado aos interesses dos investidores.

Mas afinal, o que é o fee fixo XP e por que ele se tornou uma opção tão interessante?

Este artigo vai esclarecer todos os detalhes sobre esse modelo de remuneração, explicar como ele funciona, apresentar exemplos práticos e mostrar as principais vantagens para quem investe.

Então, se você já se perguntou como melhorar o alinhamento com seu assessor ou como garantir mais clareza nas cobranças, continue a leitura para entender!

O que é o fee fixo XP?

O fee fixo XP é uma taxa anual que você paga ao seu assessor de investimentos da XP, baseada no valor total do seu patrimônio custodiado na corretora. Diferente do modelo tradicional de comissões, o fee fixo traz mais previsibilidade e transparência.

Isso significa que, ao invés de ser remunerado por cada produto que ele te oferece, o assessor ganha uma porcentagem fixa do total que você investe na XP. Essa taxa geralmente varia entre 0,6% e 1% ao ano e é cobrada de forma mensal, sendo calculada sobre o valor diário do seu patrimônio.

Em outras palavras, você estará pagando por um serviço contínuo de assessoria, com um valor claro e pré-definido, que não depende de quantos produtos você compra ou vende.

O interessante é que esse modelo já é amplamente utilizado nos Estados Unidos, onde cerca de 61% dos investidores prefere pagar uma taxa fixa, conforme apontado por um relatório de 2021 da Financial Planning Association.

Para muitos, essa abordagem facilita o planejamento e oferece mais clareza sobre os custos, uma vez que elimina o conflito de interesse que pode existir no modelo comissionado.

Transparência e alinhamento de interesses

Uma das grandes vantagens do fee fixo XP é que ele alinha os interesses do assessor e do cliente. Como o ganho do assessor está diretamente ligado ao crescimento do seu patrimônio, ele tem um incentivo claro para ajudar você a maximizar seus resultados.

Além disso, a transparência é outro ponto forte. Diferente das comissões, onde muitas vezes o cliente não sabe exatamente quanto está pagando. Já com o fee fixo XP, o valor é conhecido desde o início, sem surpresas.

Como funciona o fee fixo XP

Agora que você já sabe o que é o fee fixo XP, vamos explorar como ele funciona na prática.

Como vimos, esse modelo de remuneração é baseado no valor total do patrimônio que você mantém sob custódia na XP Investimentos. Isso inclui seus investimentos em renda fixa, fundos, ações e outros ativos financeiros que estejam na plataforma da corretora.

Cálculo da taxa

O fee fixo XP é calculado diariamente, o que significa que a porcentagem acordada incide sobre o saldo do seu patrimônio a cada dia. A cobrança, no entanto, é feita mensalmente diretamente da sua conta de investimentos, de forma automática.

Essa abordagem garante que a taxa esteja sempre alinhada ao valor atualizado do seu patrimônio, trazendo flexibilidade e precisão no cálculo.

Por exemplo, se você acordar um fee de 0,7% ao ano, a cobrança será proporcional a isso ao longo dos meses. Se o seu patrimônio aumentar, o valor do fee fixo aumentará na mesma proporção. O contrário também ocorre em caso de redução.

Isso elimina a possibilidade de surpresas com comissões variáveis que muitas vezes são cobradas por produto no modelo tradicional.

Outro ponto importante é que o cliente tem a opção de solicitar que certos ativos, como os de renda variável, sejam excluídos da base de cálculo do fee fixo. Isso pode ser útil para quem prefere controlar de maneira mais específica os custos relacionados a investimentos em ações, por exemplo.

Exemplos de fee fixo da XP

Sabemos que para entender melhor como o fee fixo funciona, é importante analisar exemplos práticos que ilustram sua aplicação no dia a dia. Esses exemplos de fee fixo XP ajudam a esclarecer como a taxa é calculada e cobrada, permitindo uma visão mais clara dos custos envolvidos.

Então, acompanhe alguns que separamos abaixo.

Exemplo 1: patrimônio de R$100.000

Imagine que você tenha R$100 mil investidos em diferentes produtos financeiros na XP e acordou um fee fixo XP de 0,7% ao ano.

Esse percentual corresponde a uma taxa de R$700 anuais. No entanto, essa cobrança não será feita de uma só vez, mas sim diluída ao longo dos meses.

• Com o fee de 0,7% ao ano, o valor mensal cobrado seria de aproximadamente R$58,33.

Esse montante seria descontado automaticamente da sua conta de investimentos todos os meses.

Além disso, como o cálculo é feito diariamente. Então, qualquer variação no valor do seu patrimônio (para cima ou para baixo) impactaria no valor exato a ser cobrado. Mas, tudo dentro do combinado de 0,7%

Exemplo 2: patrimônio de R$500.000

Agora, imagine um investidor com um patrimônio maior: R$500 mil. E o mesmo fee de 0,7% ao ano. Neste caso, a cobrança anual seria de R$3.500.

• Dividindo esse valor pelos 12 meses, a taxa mensal ficaria em torno de R$291,67.

Aqui, vale destacar que, mesmo com o crescimento ou a redução do patrimônio ao longo do tempo, o cálculo do fee fixo XP continua sendo proporcional ao valor atualizado diariamente, garantindo que o investidor pague exatamente o correspondente ao valor que possui sob gestão.

O impacto do fee fixo no longo prazo

Esses exemplos mostram como o fee fixo XP pode trazer mais previsibilidade nos custos da assessoria financeira. Para quem busca construir uma carteira de longo prazo, essa transparência e estabilidade nos valores cobrados podem facilitar o planejamento financeiro.

Além disso, com o alinhamento de interesses entre assessor e cliente, o foco deixa de ser a venda de produtos e passa a ser o aumento do patrimônio investido, beneficiando diretamente o investidor.

Qual a diferença entre o fee fixo e a remuneração tradicional?

Quando falamos de assessoria de investimentos, dois modelos de remuneração costumam ser mencionados: o tradicional, baseado em comissões por produtos vendidos, e o fee fixo, que se baseia no patrimônio total do cliente.

Embora ambos tenham seus méritos, há diferenças claras que podem impactar a escolha do investidor. Vamos analisar.

Modelo tradicional: comissionamento por produto

No modelo tradicional, o assessor de investimentos é remunerado por comissões que variam conforme o produto financeiro que ele vende para o cliente. Isso significa que, ao investir em um determinado fundo ou título, uma parte do valor investido pode ir diretamente para o assessor em forma de comissão.

Esse modelo é bastante comum no mercado, mas nem sempre oferece a transparência que o investidor busca.

Muitas vezes, o cliente não tem clareza sobre quanto está pagando em comissões e, mais importante, se o produto oferecido é de fato o melhor para ele ou se foi escolhido por gerar mais comissão para o assessor.

Fee fixo: remuneração baseada no patrimônio

O fee fixo, por outro lado, é uma taxa previamente acordada e calculada com base no valor total do patrimônio do investidor sob custódia. Nesse modelo, o assessor recebe uma remuneração previsível e proporcional ao total dos seus investimentos, sem depender da venda de produtos específicos.

Essa abordagem tem ganhado popularidade por ser mais transparente e por alinhar os interesses do assessor com os do cliente. Como o objetivo do assessor é aumentar o patrimônio do investidor, e não vender mais produtos, há uma mudança clara no foco da relação.

Principais diferenças

A principal diferença entre esses dois modelos está no alinhamento de interesses. No modelo tradicional, existe o risco de que o assessor seja incentivado a oferecer produtos que gerem mais comissões, enquanto no fee fixo o foco é o crescimento sustentável do patrimônio.

Outra diferença importante está na previsibilidade dos custos. No fee fixo, o investidor sabe exatamente quanto vai pagar, o que facilita o planejamento financeiro. Já no modelo tradicional, as comissões podem variar de acordo com os produtos adquiridos, dificultando o controle dos gastos.

Qual modelo escolher?

A escolha entre o fee fixo e o modelo tradicional depende do perfil do investidor. Para aqueles que buscam transparência, alinhamento de interesses e um planejamento de longo prazo, o fee fixo tende a ser mais vantajoso.

Já para quem prefere um modelo onde os custos são diretamente relacionados à compra de produtos, o sistema tradicional pode parecer mais atrativo.

Vantagens do modelo fee fixo XP

Agora que já exploramos as diferenças entre os modelos, é hora de destacar as vantagens do fee fixo XP. Isso porque ele oferece benefícios que podem transformar a experiência de quem investe.

Veja mais, abaixo.

1 - Alinhamento de interesses entre assessor e cliente

Conforme já abordamos nesse artigo, uma das principais vantagens do fee fixo XP é o alinhamento de interesses. Como o assessor é remunerado com base no crescimento do patrimônio, seu foco passa a ser ajudar você a alcançar os melhores resultados.

Ao contrário do modelo tradicional, onde a remuneração pode depender da venda de determinados produtos, no fee fixo o sucesso do cliente é diretamente proporcional ao sucesso do assessor.

Esse alinhamento cria uma relação de confiança mais sólida. Afinal, quando ambos estão buscando o mesmo objetivo há menos espaço para conflitos de interesse. Isso gera uma parceria mais honesta e voltada para o longo prazo.

2 - Previsibilidade nos custos

Outro benefício significativo do fee fixo XP é a previsibilidade. Você sabe exatamente quanto vai pagar pelo serviço de assessoria e esse valor é fixo, independentemente de quantos produtos ou operações realizar.

Esse tipo de previsibilidade é uma vantagem para quem gosta de ter um controle financeiro mais organizado, já que permite saber de antemão quais serão os custos ao longo do ano.

No modelo tradicional, o investidor muitas vezes se depara com cobranças inesperadas, que podem dificultar a gestão do orçamento. Já com o fee fixo XP, esse tipo de surpresa não acontece. O valor é conhecido desde o início e não varia.

3 - Incentivo ao planejamento de longo prazo

O fee fixo XP também incentiva uma visão de longo prazo. Como a remuneração não está atrelada a transações isoladas ou ao volume de produtos vendidos, o assessor tem um incentivo maior para focar em estratégias de crescimento sustentáveis.

Isso pode beneficiar diretamente o cliente, que terá ao seu lado um profissional comprometido com a construção de uma carteira sólida e alinhada a seus objetivos futuros.

Essa abordagem de longo prazo é especialmente importante em um cenário de investimentos onde as decisões precipitadas podem comprometer os ganhos. Com o fee fixo XP, tanto o investidor quanto o assessor trabalham juntos para alcançar metas mais consistentes e duradouras.

4 - Maior transparência nas cobranças

A transparência é uma das marcas do fee fixo XP. Ao contrário do modelo tradicional, onde as comissões podem não ser totalmente claras para o cliente, o fee fixo estabelece um valor direto e conhecido. Essa clareza cria uma relação mais honesta e evita a sensação de que o investidor está pagando mais do que deveria por produtos ou serviços que não entende completamente.

Além disso, essa transparência se estende à forma como a taxa é cobrada — diariamente calculada e mensalmente descontada — o que dá ao cliente um controle detalhado sobre quanto está pagando em cada etapa do processo.

5 - Flexibilidade para exclusão de ativos

Um ponto interessante do fee fixo XP é a flexibilidade que ele oferece. O cliente pode optar por excluir certos ativos da base de cálculo do fee, como, por exemplo, o Tesouro Direto. Isso dá ao investidor a oportunidade de personalizar os custos da assessoria de acordo com seus interesses e objetivos específicos.

Essa flexibilidade é útil para quem tem uma carteira mais diversificada e deseja ajustar as taxas conforme as diferentes classes de ativos, o que nem sempre é possível no modelo tradicional.

Resolução CVM 179 e seu impacto na remuneração

A regulamentação é uma peça-chave no mundo dos investimentos, e a Resolução CVM 179 trouxe mudanças significativas para o mercado financeiro brasileiro. Especialmente no que diz respeito à transparência das taxas cobradas pelos serviços de assessoria.

Mas como isso afeta o fee fixo XP e a remuneração dos assessores de investimentos?

O que diz a Resolução CVM 179?

A Resolução CVM 179 foi emitida pela Comissão de Valores Mobiliários, um dos órgãos reguladores do mercado financeiro, e foi publicada em 15 de fevereiro de 2023 no Diário Oficial da União com o objetivo de aumentar a transparência para os investidores.

Ela estabelece que as instituições financeiras — como corretoras, distribuidoras e bancos — devem divulgar de maneira clara e acessível todas as taxas cobradas sobre os ativos financeiros dos clientes.

Inicialmente, a resolução entrou em vigor de forma parcial em 1º de junho de 2023, juntamente com a Resolução CVM 178. No entanto, as obrigações mais específicas, que tratam da transparência na remuneração dos intermediários, estavam programadas para entrar em vigor em 2 de janeiro de 2024.

Prorrogação para 2024

Houve, no entanto, uma alteração importante no cronograma das novas regras. Em 20 de dezembro de 2023, a CVM prorrogou a entrada em vigor das disposições da Resolução CVM 179. Agora, essas exigências só serão aplicáveis a partir de 1º de novembro de 2024.

Transparência na cobrança de taxas

Com a Resolução CVM 179, o fee fixo XP ganha ainda mais relevância, já que sua estrutura de cobrança está alinhada com a necessidade de transparência que a CVM exige.

Ao pagar uma taxa fixa e previamente acordada, o investidor tem a certeza de que está cumprindo com as novas exigências regulatórias, sem precisar lidar com surpresas no que diz respeito às comissões variáveis.

Proteção e confiança para o investidor

Outro impacto positivo da Resolução CVM 179 é a maior proteção oferecida aos investidores. A partir de novembro de 2024, com a obrigatoriedade de divulgar as taxas de forma mais transparente, o investidor terá acesso a informações detalhadas sobre quanto paga por cada ativo financeiro que possui em sua carteira.

Isso contribui para a construção de um ambiente de maior confiança entre os assessores e seus clientes. A transparência, nesse caso, não só facilita o acompanhamento dos custos, mas também melhora a percepção do cliente sobre a justiça dos valores cobrados.

O fee fixo XP se destaca nesse novo cenário regulatório, pois já incorpora a essência da transparência que a Resolução CVM 179 busca promover.

Além disso, ao ser detalhado nos extratos trimestrais exigidos pela CVM, o fee fixo reafirma sua posição como um modelo de remuneração alinhado com as melhores práticas do mercado financeiro, garantindo ao investidor mais controle sobre seus investimentos e sobre os custos envolvidos.

Como escolher o fee fixo XP para gerir seus investimentos?

Escolher o fee fixo XP como modelo de remuneração para gerir seus investimentos pode ser uma decisão estratégica, mas é importante considerar alguns fatores antes de tomar essa decisão.

Entender seu perfil de investidor, seus objetivos financeiros e como o fee fixo pode impactar o crescimento do seu patrimônio são pontos fundamentais a serem avaliados. Entenda.

1 - Avalie o seu perfil de investidor

O primeiro passo é conhecer bem o seu perfil de investidor. Se você tem um foco em investimentos de longo prazo e prefere um modelo de assessoria mais transparente, o fee fixo XP pode ser uma excelente escolha. Isso porque esse modelo oferece previsibilidade nos custos e um alinhamento claro entre o crescimento do seu patrimônio e a remuneração do assessor.

Por outro lado, se você é um investidor mais ativo, que realiza diversas operações de compra e venda em curto espaço de tempo, talvez seja interessante analisar com mais cautela.

Nesse caso, a flexibilidade para ajustar a base de cálculo do fee fixo pode ser um diferencial, especialmente se você decidir excluir a renda variável do cálculo.

2 - Considere o valor do seu patrimônio

Outro aspecto importante é o valor do seu patrimônio. O fee fixo XP é calculado com base no montante total sob custódia na corretora, o que significa que, quanto maior o seu patrimônio, maior será o valor pago em fee. Avaliar se a taxa fixa se ajusta bem ao tamanho do seu patrimônio e ao retorno esperado dos seus investimentos é uma decisão crucial.

Investidores com grandes patrimônios podem se beneficiar mais deste modelo, uma vez que o fee fixo, em vez de comissões variáveis, oferece mais estabilidade e controle sobre os custos ao longo do tempo.

Além disso, à medida que o patrimônio cresce, o incentivo para o assessor aumenta, já que sua remuneração também está atrelada ao sucesso do investidor.

3 - Defina seus objetivos de longo prazo

Para quem busca construir um plano financeiro robusto, o fee fixo XP se destaca como uma ferramenta que incentiva o planejamento de longo prazo. O alinhamento de interesses com o assessor, que está focado no crescimento do seu patrimônio, oferece um apoio valioso para quem deseja maximizar os resultados ao longo dos anos.

Se o seu objetivo é construir um portfólio que se valorize de maneira consistente, com menos ênfase em ganhos rápidos e mais foco em resultados sustentáveis, o fee fixo pode ser o modelo ideal.

O importante é alinhar suas expectativas com as estratégias sugeridas pelo assessor, garantindo que ambos estejam no mesmo caminho em direção aos seus objetivos financeiros.

4 - Compare com outras opções de remuneração

Por fim, antes de decidir pelo fee fixo XP, vale a pena comparar essa opção com outros modelos de remuneração disponíveis no mercado. O fee fixo se destaca pela transparência e previsibilidade, mas pode não ser a melhor escolha para todos os perfis de investidores.

Se você prefere pagar comissões pontuais baseadas em produtos adquiridos, o modelo tradicional pode fazer mais sentido.

No entanto, para quem busca uma assessoria de investimento mais próxima e focada no crescimento global do patrimônio, o fee fixo XP continua sendo uma das opções mais competitivas e vantajosas do mercado.