Prévia da inflação: IPCA-15 é de 0,21% em outubro

A prévia da inflação do mês de outubro foi de 0,21% no Brasil, segundo divulgou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15) ficou 0,14 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de setembro (0,35%). No ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,96% e, em 12 meses, de 5,05%, acima dos 5,00% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em outubro de 2022, a taxa foi de 0,16%.

Segundo a economista Bruna Centeno, Sócia e Advisor da Blue3 Investimentos, o resultado veio em linha com as expectativas, com um qualitativo ainda bom. "Era esperada uma variação em torno de 0,2%. Então, entendemos essa margem como dentro do esperado. O resultado é positivo, pois mostra que está dentro das medianas", diz.

Como resultado, houve um alívio na curva de juros."Então, trouxe um alívio para o mercado. E reforça que podemos ver um movimento mais positivos para o índice."

Prévia da inflação IPCA-15

A surpresa, segundo analistas, foi na alta do preço das passagens aéreas, que subiram 23,75% e representam 0,16 ponto percentual (p.p.) do índice. "Não fosse essa alta nas passagens, a gente teria uma alta de 0,12% a 0,15%, por exemplo. Então, foi um número muito favorável à continuidade do ciclo de queda da Selic. Acreditamos que o Banco Central vai, sim, continuar reduzindo a taxa de juros", analisou Andrea Damico, economista chefe da Armor Capital.

Por outro lado, o índice desacelerou em relação a setembro, principalmente por conta do preço da gasolina. Os combustíveis registraram queda de 0,44%, com a queda de 0,56% da gasolina, etanol (-0,27%) e gás veicular (-0,27%). Apenas o diesel teve alta, 1,55%.

Além disso, o item alimentação e bebidas também segurou a prévia da inflação IPCA-15. Houve um recuo de 0,31% nos preços, o que respondeu por -0,07 p.p. no IPCA-15. Entre os alimentos que fizeram o custo da alimentação no domicílio ficar menor, destacam-se o leite longa vida (-6,44%), feijão-carioca (-5,31%), ovo de galinha (-5,04%) e carnes (-0,44%).

Para Alex Agostini, economista chefe da Austin Rating, o resultado permite que o Banco Central continue o ciclo de queda da Selic, em pelo menos 0,50 p.p. na próxima reunião, no dia 1º de novembro. "Nossa projeção mantém uma queda contínua da Selic até meados de 2024. Hoje, a grande preocupação é a guerra entre Israel e Palestina e Rússia e Ucrânia, que impactam no preço do petróleo. Por hora, acreditamos que a inflação já deve entrar num processo de redução no acumulado do ano."

Com isso, a Austin revisou a previsão do IPCA do mês para 0,17%. Já para o ano, a previsão passou de 4,70%, para 4,51%.