Retrospectiva 2023: desafios e oportunidades do mercado financeiro brasileiro
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Retrospectiva 2023: desafios e oportunidades do mercado financeiro brasileiro
31 dez 2023•Última atualização: 20 junho 2024
O ano de 2023 foi marcado por uma montanha-russa econômica que desafiou investidores, empresários e consumidores em todo o mundo. No Brasil, a bolsa de valores e o mercado financeiro viram-se diante de um cenário dinâmico, repleto de altos e baixos, influenciados por eventos globais e questões locais. E, antes de olhar para as oportunidades do novo ano, é importante olhar pelo retrovisor e entender melhor os movimentos para tomar as melhores decisões daqui pra frente. Por isso, preparamos a retrospectiva 2023 para analisar os acontecimentos e traçar perspectivas. Acompanhe!
Janeiro - desafios globais impactam a economia brasileira
No início de 2023, o Brasil, assim como muitos outros países, enfrentou desafios relacionados aos impactos pandemia e às incertezas geopolíticas. Isso porque, a persistência de questões sanitárias e a instabilidade política em algumas regiões do mundo afetaram diretamente os mercados, levando a oscilações significativas nas bolsas de valores.
Além disso, o ano começou com apreensão no mercado financeiro brasileiro, à medida que os investidores esperavam pelas primeiras medidas do novo governo. Assim, uma insegurança pairava no ar, uma vez que a equipe econômica buscava consolidar suas propostas diante das incertezas políticas.
Por isso, os investidores voltaram o olhar para as melhores opções em um cenário de juros altos e transição de governo. E com a alta volatilidade
Fevereiro: votação da reforma tributária gera expectativas e volatilidade
A B3, bolsa de valores brasileira, experimentou períodos de grande volatilidade ao longo do ano. Ações de setores como tecnologia, saúde e energia renovável foram destaque, refletindo a busca por investimentos mais resilientes em tempos incertos. As empresas que adotaram estratégias inovadoras e sustentáveis também atraíram a atenção dos investidores.
No mês de fevereiro, a votação da reforma tributária tornou-se o foco nacional. A proposta gerou expectativas e incertezas, refletindo-se diretamente na bolsa de valores. A volatilidade nas ações de empresas sensíveis a mudanças fiscais marcou o mês, enquanto investidores aguardavam decisões cruciais que impactariam o ambiente de negócios.
Março: ciclo de queda de juros e suas implicações
Março trouxe o início de uma virada no ciclo de juros, com o Banco Central mantendo a taxa no patamar de 13,75%.
Fora do país, março ficou marcado pela quebra do Silicon Valley Bank. O banco passou pelo pesadelo chamado corrida bancária, com a retirada de aproximadamente 42 bilhões de dólares, que levou ao pedido de falência e à intervenção dos órgãos nos Estados Unidos.
No entanto, o susto foi maior do que as consequências no mercado, principalmente aqui no Brasil, uma vez que poucas fintechs e startups brasileiras estavam expostas ao banco norte-americano.
Abril: 100 dias do novo governo
O mês de abril marcou os 100 primeiros dias do mandato presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva. Em pouco mais de três meses, o destaque da gestão foi, principalmente, a retomada de programas sociais. Na economia, a tentativa de recuperar o emprego e a renda em um cenário de juros altos colocou em choque posições do governo, manifestadas pelo Ministério da Fazenda, com a política monetária do Banco Central. Do ponto de vista fiscal, os primeiros 100 dias também foram marcados pela expectativa de apresentação das novas regras fiscais de controle das contas públicas do governo, o arcabouço fiscal.
Assim, ainda em um cenário de volatilidade e incertezas, novas opções começaram a ser consideradas pelos investidores, como os investimentos fora do Brasil. Assim, a renda fixa americana se destacou.
Além disso, novas opções de consumo e para economizar também ganharam destaque. Disciplina e estratégia para comprar um iPhone, por exemplo, e ferramentas como o cartão XP, para gerar benefícios durante o consumo, se tornaram aliados dos consumidores. Bem como investir para ter lucro mensal.
Maio: Selic estável e mercado novos nomes no BC
Maio testemunhou a estabilização da Selic, com mais uma reunião sem alteração na taxa. E um marco importante do ano foi o anúncio da nova direção de Política Monetária do Banco Central. Para a Diretoria de Política Monetária, foi indicado Gabriel Galípolo, que é atualmente secretário-executivo do Ministério da Fazenda. Para a Diretoria de Fiscalização, o nome anunciado foi o de Ailton de Aquino Santos, servidor de carreira do banco.
Também foi o prazo final para a entrega da declaração do Imposto de Renda. Além disso, a Petrobras anunciou a nova política de preços de combustíveis e o arcabouço fiscal seguiu em tramitação.
O pedido de recuperação judicial da Light também mexeu com o mercado financeiro.
Também em maio, a inflação começou a dar sinais de melhora.
Junho: início gradual da recuperação
No segundo semestre, a bolsa de valores brasileira testemunhou uma recuperação gradual à medida que os mercados absorviam os impactos dos eventos anteriores. Investidores realizaram ajustes estratégicos, buscando oportunidades em setores resilientes, como tecnologia e saúde, enquanto monitoravam de perto o desenrolar das políticas governamentais.
Pela terceira vez seguida, o Copom manteve a taxa de juros. Nesse cenário de início gradual da recuperação, o papel do assessor de investimentos se tornou ainda mais fundamental para os brasileiros investidores ou que buscavam iniciar a jornada nesse universo. Assim, ter o apoio de um escritório experiente e com estrutura, como a Blue3 Investimentos, é fundamental.
Por outro lado, Copa do Mundo, o filme da Barbie e o fim da série de sucesso Sucession também mexeram com os brasileiros -e com o mercado financeiro.
Julho: semestre de boas expectativas
O segundo semestre do ano começou com boas expectativas econômicas. Com tramitação do arcabouço fiscal, desaceleração do IPCA e aumento na confiança do consumidor.
Além disso, a “onda rosa” tomou conta das redes sociais, das salas de cinema e dos noticiários durante o mês de julho. Como consequência, o live action Barbie movimentou alguns ativos do mercado financeiro e gerou impactos em vários setores da economia, como na alimentação e no varejo. Assim, a bolsa também abriu boas oportunidades.
Ademais, o Brasil registrou um saldo positivo de 157.198 empregos formais em junho, de acordo com o Novo Caged. A agência de classificação de riscos Fitch melhorou sua avaliação sobre o Brasil. Além disso, no cenário mundial, as atenções ficaram focadas no FED, o banco central dos Estados Unidos, que subiu os juros ao maior patamar em 22 anos.
Nesse cenário, a diversificação dos investimentos se tornou ainda mais essencial. Além disso, o uso de ferramentas para investidores mais qualificados, como o Profit Pro, passou a ajudar ainda mais a identificar oportunidades, analisar o mercado e tomar decisões rápidas e precisas. Por fim, mais opções de investimentos ganharam espaço, como os fundos de investimentos e os cetipados.
Agosto: início do ciclo de queda da taxa de juros
O mês de agosto foi marcado pelo início no ciclo de queda da taxa de juros. O Comitê de Política Monetária (Copom) baixou a Selic de 13,75% para 13,25%. Com isso, a bolsa de valores voltou a ser uma boa opção para os investidores.
Além disso, a reforma tributária chegou ao Senado, e entrou em tramitação no Congresso Nacional a proposta para a taxação dos fundos exclusivos e offshores. Com isso, a preocupação de uma parcela dos investidores com o planejamento sucessório e familiar aumentou, por conta das mudanças propostas.
Já entre os lançamentos do mês, a versão virtual do Real, o Drex, e o Tesouro Educa+. Para encerrar o mês, uma análise da temporada de balanços financeiros das empresas listadas na bolsa no segundo trimestre norteou decisões de investidores.
Setembro: bolsa em destaque
Com mais uma redução da taxa Selic, o ciclo econômico voltou a beneficiar a bolsa de valores. Assim, o papel do assessor de investimentos se fez ainda mais presente, em uma carreira em ascensão.
E com a bolsa em destaque, explorar uma variedade de classes de ativos negociadas na B3 faz mais sentido, por isso, opções como a Carteira Multi Estratégia se tornaram ainda mais interessantes. Outro aliado para a diversificação é o investimento no exterior.
Também no mês de setembro, a XP anunciou o lançamento de uma linha de cartão de crédito em parceria com escritórios de investimentos.
Outubro: de olho no Oriente Médio
No início de outubro, os olhos do mundo se voltaram para o Oriente Médio, por conta da escalada da violência na guerra entre Israel e Hamas. O conflito também trouxe impactos para a economia e os mercados globais.
Por outro lado, com um cenário nacional mais favorável, a renda variável ganhou espaço até mesmo entre investidores mais conservadores. Setores, como o de energia, seguiram se destacando na bolsa como boas opções. Inovações também ganharam mais espaço, como a ferramenta do robô trader.
Também se intensificaram os debates sobre a tributação aos fundos exclusivos.
Novembro: ciclo de corte nos juros continua
Pela terceira vez, o Copom reduziu a taxa de juros da economia. Assim, a Selic chegou a 12,25%. Além disso, o projeto de lei da nova taxação de fundos exclusivos e offshores foi aprovado pelo Senado, bem como a primeira fase da reforma tributária.
Movimentações que mexem com os ânimos do mercado financeiro, com o perfil dos investidores e com as perspectivas para os investimentos. Alguns dos movimentos já puderam ser observados nos resultados corporativos do terceiro trimestre.
Dessa forma, pontos importantes para o planejamento da jornada de investimentos, como olhar para setores estratégicos e pensar em uma previdência privada, por exemplo.
Dezembro: ano de adaptação e resiliência
2023 foi um ano desafiador, mas também revelou a resiliência do mercado financeiro brasileiro diante das adversidades. Finalmente, a reforma tributária foi aprovada, o que trouxe mais calme para o mercado. E o Copom encerrou o ano com mais uma redução na taxa Selic, que chegou a 11,75%.
O último mês do ano é marcado por revisões e planejamento, além da conclusão do pagamento do 13º. Hora também de olhar para as perspectivas da bolsa de valores.
Assim, a volatilidade trouxe oportunidades para investidores. O ano se encerra com perspectivas positivas para a bolsa em 2024, pois o índice bateu a máxima histórica na reta final do ano. Por isso, investir com informação, de forma estratégica e apoio profissional será essencial para alcançar melhores resultados no próximo ano.
Raissa Scheffer
Raissa Scheffer (MTB: 0051926/SP) é jornalista com 16 anos de experiência em economia. Foi repórter e editora na Gazeta de Ribeirão e Jornal ACidade. Com passagens pela EPTV Ribeirão, Portal Terra, TV Record e Portal Revide.
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