O que são fundos de infraestrutura e como investir
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O que são fundos de infraestrutura e como investir
20 set 2024•Última atualização: 20 setembro 2024
Bem-vindo ao mundo dos fundos de infraestrutura, uma fascinante avenida de investimentos que pode ser mais acessível do que você imagina. Se você está buscando ampliar seus conhecimentos financeiros e explorar novas oportunidades, este artigo é o ponto de partida ideal.
Aqui, vamos desmistificar o conceito de fundos de infraestrutura, explicando o que são, por que são importantes e como você pode começar a investir neles. Nosso objetivo é guiar você, passo a passo, através dos conceitos fundamentais, tornando o complexo mundo dos investimentos compreensível e acessível. Acompanhe!
Fundos de Infraestrutura: o que são?
Fundos de infraestrutura, também conhecidos como FI-Infra, são uma modalidade de investimento em renda fixa no qual fundos aplicam pelo menos 85% do seu patrimônio em títulos de crédito privado (debêntures).
Tais créditos são utilizados em projetos ou empresas relacionadas à infraestrutura. Estamos falando de setores como energia, transportes, saneamento e telecomunicações.
E o que isso significa para você, investidor?
Basicamente, ao realizar investimentos em Fundos da Infraestrutura, você está aplicando em ativos que desempenham um papel crucial na economia e na vida cotidiana das pessoas.
Estes fundos operam como qualquer outro, reunindo recursos de vários investidores para serem aplicados em conjunto. A diferença aqui está no foco: enquanto outros fundos podem investir em uma variedade de ativos - como ações ou títulos - os FI-Infra se especializam nesse nicho específico.
Para ilustrar, imagine que você está contribuindo para o financiamento de uma grande obra de infraestrutura, como a construção de uma nova rodovia ou de uma usina de energia renovável. Seu investimento, junto com o de outros, ajuda a tornar esses projetos possíveis.
Em troca, você espera receber retornos conforme o sucesso e a lucratividade desses projetos.
Mas, atenção!
É claro que, como qualquer investimento, eles têm seus riscos. Projetos de infraestrutura podem enfrentar desafios como atrasos, questões regulatórias ou problemas financeiros. Por isso, é importante que quem investe entenda bem o setor e os riscos envolvidos.
Como funcionam os investimentos em Fundos de Infraestrutura
Para entender como funcionam os Fundos de Infraestrutura, é essencial conhecer os mecanismos por trás.
Onde são negociados, comprados e vendidos?
Os Fundos de Investimento em Infraestrutura (FI-Infra) podem ser negociados de duas formas principais: na Bolsa de Valores (B3 no Brasil) e diretamente com gestoras de recursos.
Na B3, eles funcionam como os fundos imobiliários, onde as cotas são compradas e vendidas. Já com as gestoras, o investidor pode adquirir cotas diretamente, o que oferece uma alternativa para aqueles que preferem não negociar na Bolsa
Liquidez
A liquidez de um FI-Infra varia. Alguns podem ter liquidez diária, permitindo que você resgate seu dinheiro a qualquer momento.
Contudo, outros podem ter prazos de resgate mais longos, o que significa que seu dinheiro fica no fundo por um período determinado. A liquidez depende das regras do fundo e da natureza dos investimentos realizados por ele.
Quem pode investir?
Geralmente, qualquer pessoa física ou jurídica pode investir em FI-Infra. No entanto, alguns fundos podem ser restritos a investidores qualificados, que são aqueles com maior patrimônio e experiência no mercado financeiro.
Quem administra?
Os FI-Infra são administrados por gestores especializados, que fazem parte de instituições financeiras. Esses gestores são responsáveis por escolher os projetos ou empresas em que o fundo vai investir e gerenciar o portfólio do fundo.
Como é o rendimento?
O rendimento de um Fundo de Infraestrutura pode vir de várias fontes, como dividendos pagos pelas empresas em que o fundo investe, valorização dos ativos do fundo ou renda gerada por projetos de infraestrutura (como taxas de pedágio, por exemplo).
O rendimento pode variar bastante, dependendo do sucesso dos investimentos do fundo.
Riscos
Investir em FI-Infra envolve riscos como:
- Risco de mercado: o valor dos ativos do fundo pode flutuar devido a mudanças no mercado.
- Risco de liquidez: alguns fundos podem ter baixa liquidez, dificultando o resgate dos investimentos.
- Riscos específicos do projeto: projetos de infraestrutura podem enfrentar problemas técnicos, atrasos, questões regulatórias ou financeiras.
- Risco político e regulatório: mudanças nas políticas governamentais ou na regulamentação podem afetar negativamente os investimentos em infraestrutura.
Especificações
Por conta das especificações é vital pesquisar e entender os detalhes do fundo que você está considerando. Aspectos como a experiência e a reputação dos gestores do fundo, os tipos de projetos em que investem, e as taxas cobradas são fundamentais para uma escolha informada.
Melhores fundos de infraestrutura para investir
Identificar os melhores Fundos de Infraestrutura envolve uma avaliação criteriosa de vários aspectos:
- Primeiramente, considere a gestão do fundo. Uma equipe experiente e com um histórico comprovado de sucesso oferece mais segurança e potencial para bons retornos. Informações sobre a gestão podem ser encontradas nos relatórios do fundo ou no site da instituição financeira que o administra.
- Outro aspecto crucial é o portfólio do fundo. Veja quais tipos de projetos ele investe e se eles estão alinhados com tendências econômicas e setoriais. Por exemplo, fundos que investem em energia renovável podem ter um potencial de crescimento significativo, considerando a crescente ênfase global em sustentabilidade.
- A performance passada do fundo também é um indicador importante. Embora resultados passados não garantam desempenhos futuros, eles podem fornecer insights sobre como o fundo se comporta em diferentes cenários de mercado.
- Além disso, avalie as taxas de administração e performance. Taxas excessivamente altas podem impactar negativamente os retornos do seu investimento. Compare as taxas do fundo com as de outros fundos similares para ter uma ideia de sua competitividade.
- Vale a pena também considerar a liquidez do fundo, ou seja, a facilidade com que você pode resgatar seu investimento. Fundos com maior liquidez oferecem mais flexibilidade, algo importante para muitos investidores.
Exemplos de FIIs de infraestrutura
Entre os Fundos de Investimento em Infraestrutura (FI-Infra), existem diversas opções, cada uma com características únicas que atendem a diferentes perfis de investidores — mas, para que você tenha uma ideia geral de como eles são, vamos analisar alguns exemplos.
BDIF11
O BDIF11, também conhecido como BTG Pactual Dívida FI-Infra, é um fundo de investimento em infraestrutura que tem como foco principal a aquisição de debêntures incentivadas do setor. Gerido pelo renomado banco BTG Pactual, o fundo se destaca pela sua gestão ativa.
Com uma taxa de administração de 0,75% ao ano, o fundo visa oferecer aos investidores uma forma eficiente de participar do desenvolvimento da infraestrutura brasileira.
No que se refere ao desempenho financeiro, o BDIF11 apresenta uma liquidez diária significativa, o que facilita as transações de compra e venda para os investidores. Seu valor da cota recentemente estava em torno de R$92,99, com um Dividend Yield anualizado de 13,57%, indicando um rendimento atrativo.
KDFI11
O KDIF11, conhecido como Kinea FI-Infra, é outro exemplo de fundo de investimento em infraestrutura que se concentra principalmente em debêntures incentivadas.
Administrado pela Kinea, possui uma gestão ativa e é destinado ao público em geral. Este fundo se caracteriza pela sua performance sólida, com uma valorização interessante ao longo dos últimos 12 meses.
Com um patrimônio líquido robusto de R$2,8 bilhões e uma base de mais de 26.000 cotistas, o KDIF11 demonstra uma sólida confiança dos investidores em sua gestão.
XPID11
O XPID11, formalmente conhecido como XP Infra Debêntures, é um fundo de investimento de infraestrutura gerido pela XP Asset Management.
Em termos de desempenho financeiro, o XPID11 apresenta uma liquidez média diária significativa de R$566,9 mil, o que facilita as transações de compra e venda para os investidores.
A cotação do fundo mostrou uma tendência de crescimento, começando o ano em R$86,58 e alcançando R$87,80, refletindo uma valorização de 1,41% no período.
CPTI11
O CPTI11 é o Capitânia Infra Fundo de Investimento em Cotas de Fundos Incentivados de Investimento em Infraestrutura Renda Fixa Crédito Privado.
Ele tem como foco a aquisição de cotas de FI-Infra, que financiam projetos essenciais como estradas e energia.
O CPTI11 se destaca por sua isenção de Imposto de Renda sobre rendimentos para pessoas físicas, oferecendo uma alternativa fiscalmente eficiente para quem busca diversificação e retorno atrelado à inflação.
O fundo é gerido pela Capitânia, uma gestora consolidada no mercado, e oferece uma carteira diversificada com 49 ativos em setores como rodovias, saneamento, telecomunicações e energia.
Essa diversificação ajuda a reduzir riscos e explorar oportunidades em várias áreas da infraestrutura, tornando o fundo uma opção interessante para investidores que desejam equilibrar segurança e retorno.
Com foco em debêntures incentivadas, ele permite que os investidores financiem projetos essenciais para o desenvolvimento do Brasil, como energia e transportes.
Além disso, o CPTI11 pode valer a pena pois proporciona isenção de Imposto de Renda sobre os rendimentos, o que potencializa o retorno líquido do investimento.
Tributação de Fundos de Infraestrutura: como funciona
Quando se trata da tributação em Fundos de Infraestrutura (FI-Infra), um dos principais atrativos é a isenção de Imposto de Renda.
Portanto, tanto os rendimentos distribuídos aos cotistas quanto os ganhos de capital obtidos com a negociação das debêntures não são tributados. Assim, isso se destaca quando comparado a outros tipos de fundos de investimento, onde tais ganhos geralmente são tributados.
Condições
No entanto, é importante notar que existem algumas condições para que um FI-Infra se qualifique para essa isenção fiscal.
- Fundos de Infraestrutura novos precisam investir pelo menos dois terços do patrimônio em debêntures incentivadas; após dois anos de existência, esse percentual deve ser de no mínimo 85%.
Este foco em debêntures incentivadas não só alinha o fundo com projetos de infraestrutura, mas também oferece vantagens tributárias significativas.
Então, a ausência de tributação sobre os rendimentos e ganhos de capital é um fator que pode melhorar os retornos líquidos para o investidor, especialmente em comparação com investimentos tributáveis.
Por exemplo, enquanto os dividendos de Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) também são isentos de Imposto de Renda, os ganhos de capital na venda de cotas são tributados em 20%.
Vantagens dos Fundos de Infraestrutura
Nesse sentido, investir em Fundos de Infraestrutura traz uma série de vantagens. Vamos explorar as principais:
- Diversificação de portfólio: Os FI-Infra permitem aos investidores diversificar suas carteiras para além dos tradicionais investimentos em ações e renda fixa, ingressando em um setor vital para a economia.
- Isenção fiscal: Como mencionado anteriormente, uma grande vantagem é a isenção de Imposto de Renda sobre os rendimentos e ganhos de capital, o que potencializa os retornos líquidos dos investimentos.
- Renda regular: Muitos FI-Infra oferecem a possibilidade de gerar renda mensal, um atrativo especialmente para aqueles que buscam um fluxo constante de rendimentos.
- Alinhamento com desenvolvimento sustentável: Ao investir em projetos de infraestrutura, especialmente aqueles focados em sustentabilidade e energia renovável, os investidores contribuem para o desenvolvimento econômico e ambiental.
- Potencial de retorno atrativo: Dada a natureza dos projetos em que investem, os FI-Infra muitas vezes oferecem um potencial de retorno competitivo em relação a outras categorias de investimento.
- Acessibilidade de Investimento: Uma vantagem importante dos FI-Infra é a possibilidade de investir em projetos de grande escala com um valor inicial relativamente baixo.
- Liquidez: os FI-Infra, especialmente aqueles negociados em bolsa, oferecem maior liquidez. Isso significa que os investidores podem comprar e vender cotas desses fundos com mais facilidade, proporcionando uma opção mais flexível em termos de entrada e saída do investimento.
Como investir em Fundos de Infraestrutura
Investir em Fundos de Infraestrutura é um processo que você pode iniciar com alguns passos simples e estratégicos. Aqui está um guia para te ajudar:
1 - Pesquisa e educação
Acima de tudo, é crucial investir tempo em pesquisa e educação. Entender os diferentes tipos de FI-Infra disponíveis, seus objetivos de investimento, a natureza dos projetos em que investem, e as estratégias de gestão é fundamental.
Nesse contexto, recursos online, relatórios financeiros e consultas com especialistas financeiros podem ser muito úteis nesse processo.
2 - Seleção de plataforma de investimento
Escolha uma corretora ou plataforma de investimento que ofereça acesso a fundos de infraestrutura. Verifique a disponibilidade de fundos, as taxas de corretagem, e outras despesas associadas à plataforma.
3 - Análise dos fundos
Examine os fundos disponíveis, levando em consideração fatores como a performance histórica, a reputação da gestão, as taxas de administração e os ativos em que investem. Para isto, ferramentas de comparação de fundos podem ser úteis.
4 - Avaliação do perfil de risco
Cada fundo tem seu próprio perfil de risco, que deve estar alinhado com o seu apetite e tolerância a riscos.
Ou seja, fundos que investem predominantemente em projetos com ratings mais altos podem ser mais conservadores, enquanto aqueles com maior exposição a ativos sem rating podem oferecer maiores retornos, mas com riscos correspondentes.
5 - Diversificação
Considere como o investimento em um FI-Infra se encaixa no contexto mais amplo da sua carteira de investimentos. A velha máxima existe por um motivo: a diversificação é chave para mitigar riscos e otimizar o potencial de retorno.
6 - Investimento inicial
Após escolher o fundo, faça o investimento inicial através da plataforma selecionada. Fique atento aos valores mínimos de investimento e outras condições específicas do fundo.
Lembre-se de que é prudente começar com um valor que você se sinta confortável e que não comprometa suas finanças pessoais.
7 - Monitoramento e reavaliação
Após fazer o investimento, é importante monitorar o desempenho do fundo e estar atento às mudanças no mercado e na economia que podem impactá-lo. Esteja preparado para reavaliar e ajustar seus investimentos conforme necessário.
Considerações finais
Por fim, investir em FI-Infra é uma forma excelente de contribuir para o crescimento e desenvolvimento de infraestruturas essenciais, ao mesmo tempo em que busca retornos financeiros. Ou seja, com pesquisa cuidadosa e uma abordagem ponderada, pode ser uma forma de diversificar seu portfólio, alinhando ganhos financeiros com o desenvolvimento sustentável.
Para os investidores que desejam explorar mais profundamente o universo dos FI-Infra, contar com uma assessoria especializada pode ser um diferencial importante.
A Blue3 Investimentos, por exemplo, oferece uma abordagem personalizada e expertise no mercado financeiro, ajudando investidores a navegar pelas diversas opções de investimento com maior segurança e conhecimento.
Seja você um iniciante ou um investidor experiente, lembre-se de que a chave para o sucesso nos investimentos é a educação contínua e o apoio de profissionais qualificados.
Redação It's Money
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