Setor elétrico: entenda a operação e confira análise da Taesa

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Setor elétrico: entenda a operação e confira análise da Taesa

1 set 2023Última atualização: 20 junho 2024

Renato ReisRenato Reis

Quando olhamos para o setor elétrico, não podemos juntar todas as empresas em um bolo e analisar como se fossem a mesma coisa.

Assim, costumamos separar o segmento em 3 áreas principais: geração, distribuição e transmissão.

Neste artigo, vamos entender em detalhes cada uma dessas áreas do setor elétrico. Ao final, teremos uma análise sobre uma das principais empresas do segmento, a Taesa.

Boa leitura!

Área de geração do setor elétrico

De antemão, na área de geração, o nome é autoexplicativo. Em outras palavras, é aqui onde a energia é gerada, sejam por hidrelétricas, parques eólicos, solares, ou por termelétricas.

No Brasil, a operação é feita praticamente só com gerações renováveis. Porém, elas são extremamente afetadas pelo clima.

Em 2021, por exemplo, quando tivemos uma seca, o nível hídrico abaixou e as hidrelétricas sofreram bastante. Ao contrário das termelétricas, que viveram seu melhor momento.

Por outro lado, esse ciclo virou e em 2022 tivemos chuvas recordes. Dessa forma, é um setor bastante volátil que depende da fatores externos às companhias.

Área de distribuição do setor elétrico

Em resumo, distribuição é onde se destina a energia gerada, que posteriormente será entregue na casa dos consumidores.

Aqui temos as empresas que conhecemos no dia a dia, como o caso da Cemig para Minas ou da Copel para o Paraná.

Entretanto, assim como no setor de geração, a distribuição acaba sendo bastante afetada pelos fatores climáticos.

Frequentemente, em períodos de menos chuvas o preço de compra da energia costuma subir. Isso porque há menos oferta no mercado. Ademais, as distribuidoras acabam repassando isso para o cliente via bandeiras tarifárias. Ou seja, elas podem ser vermelhas no caso de escassez ou verdes no cenário de abundância.

Área de transmissão do setor elétrico

Por fim, temos as transmissoras. Elas realizam o trabalho de transporte da energia das áreas de geração para as distribuidoras locais.

Em geral, as operações dessas empresas se dão pelas linhas de transmissão. Aquelas estruturas enormes que vemos quando passamos por uma estrada.

Porém, a grande vantagem desse segmento em relação aos demais é a baixa exposição a fatores climáticos.

Afinal, faça sol ou faça chuva, a energia precisará sair de uma geradora e chegar até uma distribuidora.

Então, por ter essa maior estabilidade na operação que as transmissoras, empresas da área de distribuição são frequentemente recomendadas como ações “zagueiras” para uma carteira de investimentos. Principalmente quando o foco especial são dividendos.

Sobretudo, os lucros acabam sendo bem estáveis e recorrentes. Assim como o pagamento desses valores para os acionistas.

É o que veremos a seguir na análise da Taesa (TAEE11), uma empresa listada na B3 da área de distribuição do setor elétrico.

Leia também: Temporada de balanços: veja os destaques do segundo trimestre de 2023

Análise da Taesa (TAEE11)

Dentro do setor de transmissão, uma das principais empresas é a Taesa. Atualmente, ela possui cerca de 12 mil km em linhas e atua em 18 estados da federação.

Em resumo, ela ficou bastante conhecida entre os investidores nos últimos anos devido aos ótimos dividendos pagos.

Entretanto, para realizar uma análise, precisamos olhar para 3 principais métricas: receita, custos e dívidas.

Receita da Taesa

Primeiramente, na parte da receita, a Taesa, assim como outras transmissoras, tem uma característica bem peculiar:

Quando a empresa realiza obras de expansão das linhas, os valores entram como receitas e custos. Dessa forma, fica claro o momento em que a Taesa realizou sua maior expansão.

Porém, com a conclusão dessas obras, o valor reduz aos poucos para o que seria somente a receita de transmissão, algo que estamos vendo desde 2022.

O crescimento da empresa até 2019 foi de 6,8% ao ano, em linha com as demais empresas do setor, já que a companhia não tem como aumentar as tarifas da forma que deseja. Isso por que o reajuste está sempre ligado a variação dos indicadores de inflação.

Contudo, no ano atual, com os índices de inflação vindo negativos, a receita de transmissão da empresa foi bastante afetada, sendo compensada por um crescimento no número de obras.

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Custos da Taesa

Quando falamos dos custos, o valor era relativamente estável até 2017 antes das obras começarem. Mas eles aumentaram posteriormente na medida em que as obras eram feitas. Isso por que as margens de lucro das construções são menores.

Assim, o aumento visto no ano atual se deu especialmente no segundo trimestre, onde novas obras foram iniciadas, o que deve impulsionar novamente a receita.

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Dívidas da Taesa

Na parte das dívidas, o valor representa 39,7% do total da empresa, um patamar relativamente alto, mas que foi tomado justamente para a empresa continuar seu processo de construção de novas linhas.

Além disso, como falamos anteriormente, o setor é estável e lucrativo, de modo que a geração de caixa da companhia é bastante satisfatória.

Por fim, o prazo também ajuda, já que, 90% vencem somente no longo prazo, com a companhia tendo um valor em caixa suficiente para quitar os valores de curto prazo.

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Conclusão

Concluindo, a Taesa é uma empresa sólida em um setor bastante estável, tendo apresentando bom crescimento de receita no período e custos e despesas baixos.

Por outro lado, as construções e a inflação, que afetaram positivamente os números da empresa nos últimos 2 anos, já estão arrefecendo e tornando os valores mais próximos de um cenário normal para ela.

Mesmo assim, a empresa segue como uma ótima opção para aqueles que gostam de ações pouco voláteis e que pagam bons dividendos.

Renato Reis – Analista CNPI-P com foco em fundamentos

Analista de valores mobiliários (CNPI-P EM-3580) credenciado pela Apimec;

Formado em Ciências Econômicas pelo Ibmec BH.

Já atuou com Fusões e Aquisições e hoje é responsável por toda a área de análise fundamentalista na DVinvest.

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Renato Reis

Renato Reis

Formado em Ciências Econômicas pelo Ibmec BH. Analista de valores mobiliários (CNPI-P EM-3580) credenciado pela Apimec. Analista fundamentalista na casa de análise DVinvest.

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