Empresas de capital aberto: o que são, como funcionam e como investir?
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Empresas de capital aberto: o que são, como funcionam e como investir?
10 out 2024•Última atualização: 11 outubro 2024
As empresas de capital aberto têm as suas ações negociadas na bolsa de valores brasileira, a B3. Muitos investidores buscam os papéis como uma forma de compor a carteira de investimentos, mas não entendem o que significa essa abertura de capital.
Dessa forma, é fundamental saber o que é uma empresa listada na bolsa, quais são os procedimentos necessários para abrir capital e o que uma ação representa. Assim, você pode embasar seus investimentos nesses conhecimentos e avaliar melhor a sua estratégia.
A seguir, você entenderá o que é uma empresa de capital aberto e as principais informações sobre o tema. Continue a leitura!
O que são empresas de capital aberto?
A classificação de empresa de capital aberto se dá pela possibilidade de qualquer pessoa se tornar sócia do negócio. Apesar de parecer uma ideia abstrata, é isso que acontece com a negociação de ações.
Nesse contexto, uma empresa emite ações no mercado quando decide abrir o seu capital. Esses papéis representam uma fração ideal do capital social do negócio e conferem diversos direitos aos acionistas — como a participação nos lucros.
Na prática, essas ações estão na bolsa de valores. Desse modo, qualquer investidor pode adquiri-las, desde que pague o preço de negociação do papel. Logo, você pode ser sócio de qualquer empresa listada na bolsa.
Entretanto, para se tornar uma empresa de capital aberto, as novas empresas na bolsa precisam realizar um IPO. Essa é a sigla para o termo em inglês initial public offering, que significa oferta pública inicial.
Em resumo, o procedimento do IPO é normatizado e fiscalizado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Dessa maneira, há regras específicas que as empresas devem cumprir — como divulgar o demonstrativo de resultados corporativos, montagem de um calendário etc. É a CVM que aprova o procedimento e verifica o cumprimento de exigências pela companhia.
Ainda, a decisão de abrir capital pode se dar por diversos motivos. O principal deles é a captação de recursos para a companhia. Afinal, ao vender suas ações no IPO, o montante recebido vai para o caixa da empresa, servindo como uma espécie de financiamento do negócio.
Após o IPO, a empresa não lança mais ações, a não ser por outro procedimento chamado de follow on. Fora desses períodos, os papéis são negociados apenas entre investidores, seguindo a lei da oferta e demanda em relação a sua cotação.
Como essas companhias funcionam?
Após aprender o conceito, saiba que as empresas de capital aberto funcionam como outras companhias do mercado. No entanto, é preciso entender que seus sócios são anônimos — representados pelas ações lançadas no mercado.
Ademais, alguns desses papéis oferecem poder de decisão em relação aos rumos do negócio — é o caso das ações ordinárias. Ou seja, apesar de haver responsáveis por administrar as operações e uma hierarquia dentro do negócio, os sócios são os acionistas.
Isso significa que, nas assembleias deliberativas, cada acionista ordinário pode votar nas decisões da companhia. Esses votos são proporcionais ao número de ações que cada investidor possui.
Logo, há o direito de um voto por ativo e quem possui mais ações tem um poder de decisão maior. Nesse contexto, é preciso diferenciar as empresas de capital aberto e fechado. Na segunda categoria, também pode haver uma divisão por ações.
No entanto, elas não são possuem negociação púbicas, mas pertencem apenas aos fundadores e outros sócios diretos do negócio.
Quais as principais características das empresas de capital aberto?
Também é preciso saber que as companhias de capital aberto possuem diversas características que definem esse tipo de negócio. Confira a seguir as principais:
Distribuição de lucros
Como você viu, por ser acionista de uma empresa de capital aberto, os investidores têm direito à distribuição de lucros do negócio. Isso acontece por meio do pagamento de proventos e, entre os principais, estão os dividendos.
A Lei das S.A. — Lei n.º 6.404 de 1976 — determina que deve haver o pagamento de dividendos obrigatórios de forma anual aos acionistas. Logo, trata-se de uma exigência legal, que não pode ser descumprida pelas empresas.
No entanto, não há um patamar mínimo para essa distribuição. São as empresas que definem a porcentagem de lucros que virarão dividendos por meio de seu estatuto social. Ademais, se não houver lucro ou se os ganhos forem reinvestidos no crescimento do negócio, não há dividendos a serem compartilhados.
Tipos de ações
Outra característica importante das empresas de capital aberto é a possibilidade de emitir diferentes tipos de ações no IPO. De maneira geral, elas podem ser ordinárias (ON) ou preferenciais (PN).
A principal característica das ações ON é a possibilidade de votar em assembleias deliberativas do negócio — como você aprendeu. Já as preferenciais garantem um direito de preferência no recebimento de proventos aos acionistas que as possuem.
Ainda, vale conhecer as units. Também conhecidas como certificados de depósitos de ações, essa alternativa funciona como um pacote composto por diferentes tipos de papéis. Portanto, vale aprender mais sobre o que muda em cada ativo para tomar decisões mais acertadas.
Exemplos de empresas de capital aberto na bolsa brasileira
Como você viu, as empresas de capital aberto no Brasil negociam as suas ações na B3. Em 2022, existiam cerca de 400 empresas listadas na bolsa e muitas delas são bastante conhecidas do público. Veja alguns exemplos:
- Vale;
- Petrobrás;
- Ambev;
- Itaú Unibanco;
- Santander;
- Bradesco;
- JBS;
- BTG Pactual;
- Suzano.
Como investir nas empresas de capital aberto na B3?
Você já aprendeu que qualquer pessoa pode investir em ações na bolsa de valores, desde que tenha o capital necessário para isso. Contudo, os investimentos devem ser pensados como um meio de atingir objetivos.
Por isso, antes de investir em ações, é preciso considerar características pessoais e definir os seus objetivos financeiros. Com essas informações, você pode avaliar se o investimento faz sentido para a sua carteira e suas estratégias.
Caso você tenha um perfil de investidor compatível com os riscos das ações e verifique que esses ativos podem ajudá-lo a atingir seus objetivos, o investimento é bastante simples:
- Primeiro é preciso contar com corretora de valores para intermediar os aportes;
- Abrindo uma conta nessas instituições, você poderá transferir valores e ter acesso ao home broker — a plataforma de negociações da bolsa de valores;
- Nela, basta pesquisar o ticker ou código de identificação da ação desejada;
- Com isso, você terá acesso ao preço do momento e à disponibilidade de papéis;
- Conferindo esses dados, basta emitir a sua ordem de compra, de acordo com o número desejado de ações.
- Por fim, assim que a negociação for liquidada, os ativos farão parte de sua carteira.
Como você viu, ao comprar os papéis é possível se tornar um sócio do negócio, podendo ter ganhos com a valorização dos papéis ou com a distribuição de proventos.
Entretanto, para investir em ações com mais segurança, você pode contar com uma assessoria de investimentos de confiança, como a Blue3 Investimentos.
Redação It's Money
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