O que é o Copom e qual a sua função?

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O que é o Copom e qual a sua função?

25 jun 2024Última atualização: 25 junho 2024

Redação It's MoneyRedação It's Money

Copom é um comitê que tem a função de controlar a taxa básica de juros, resumidamente.  E como você deve imaginar, quando o Copom altera essa taxa para controlar a inflação, acaba afetando o seu dinheiro e seus investimentos. 

Por isso é muito importante compreender com mais profundidade os movimentos do Copom, sua importância, como funciona a taxa Selic e outros detalhes dessa natureza.

E pensando em contribuir com seu conhecimento sobre o assunto, preparamos este artigo. Confira!

O que é o Copom?

Copom é um órgão do Banco Central do Brasil, responsável principalmente por fazer o controle da política monetária nacional através da definição da principal taxa da economia. 

As decisões do Copom impactam a vida financeira da população como um todo, bem como investimentos públicos e privados. 

E apesar de ser comum a menção do termo em noticiários, nem todo mundo sabe exatamente o que é Copom, ou entende a importância deste comitê. 

Acompanhe os tópicos a seguir para compreender. 

O que significa o termo Copom?

O termo Copom significa Comitê de Política Monetária. Ele foi criado em 20 de junho de 1996, inspirado em uma medida similar norte-americana chamada Federal Open Market Committee

Outros países que também adotaram instituições para regular sua política monetária interna ao longo dos anos foram:

  • Alemanha, com o Central Bank Council;
  • Inglaterra com o Monetary Policy Committee; e
  • Banco Central Europeu.

Além desses, há vários outros países que possuem comitês semelhantes, com o objetivo de facilitar o processo decisório, a comunicação e a transparência com o público.

O Copom surgiu no Brasil para garantir maior transparência nas diretrizes da política monetária nacional. 

Qual a função do Copom

Essencialmente, a principal função do Copom é regular a liquidez da economia, definindo a taxa básica de juros brasileira - que é a famosa Taxa Selic

Além disso, é responsável por divulgar o relatório trimestral de inflação. Este relatório traz as projeções do Banco Central para a inflação e para o crescimento da economia brasileira.  

O objetivo do Copom, desde 1999, é tentar fazer com que a inflação fique dentro das metas definidas pelo Conselho Monetário Nacional CMN. 

Inclusive, esse Conselho é o órgão superior do sistema financeiro nacional, responsável por criar políticas para manter a estabilidade da moeda e pelo desenvolvimento econômico brasileiro.

Quando a meta da inflação não é atingida, o Copom precisa cumprir com algumas formalidades. Uma delas é uma carta aberta ao Ministro da Economia informando as razões do descumprimento e as medidas a serem tomadas, assim como os prazos para entrarem em vigor. 

A última vez que isto precisou ser feito foi em janeiro de 2018. 

Qual a importância do Copom para a economia?

O Copom faz reuniões periódicas para definir as orientações e as diretrizes da política monetária brasileira. Por isso, ele afeta e influencia diretamente a economia e o poder de compra dos brasileiros

Vale ressaltar que por política monetária entende-se medidas adotadas com objetivo de controlar a quantidade de dinheiro em circulação no país. 

Isso porque se a quantidade for muito elevada, o consumo aumenta - e consequentemente, a inflação. E do contrário, se a circulação for muito reduzida, a economia fica desaquecida. 

Assim, uma das maiores e mais importantes medidas adotadas pelo Copom para o controle da circulação de moedas e da inflação é o aumento ou a diminuição da taxa básica de juros, a Taxa Selic. 

Uma taxa de juros baixa significa economia aquecida, maior consumo por parte da população, e consequentemente, maior a inflação. 

Já quando a taxa de juros está alta, o crédito fica mais caro, as pessoas consomem menos, e a inflação cai. Entretanto, a economia fica desaquecida. 

Portanto, diante das metas do CMN, o Copom aumenta ou diminui a Taxa Selic visando controlar a inflação. 

Qual a relação do Copom e a Taxa Selic?

A relação do Copom com a Taxa Selic é muito simples: é o Copom que decide sobre o aumento ou a queda da Taxa Selic para controle da inflação e da circulação de moedas. 

Entretanto, o comitê não pode fazer alterações na Selic sem motivos técnicos que justifiquem seu índice. 

A decisão deve levar em consideração as tendências do cenário econômico brasileiro e mundial.

O que é a Taxa Selic?

Taxa Selic é a taxa básica de juros do Brasil. Ela influencia toda a economia do país e é referência para as outras taxas de juros praticadas pela economia nacional. 

Geralmente, a Selic é a menor taxa de juros do mercado e a taxa média dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional. 

Nesse sentido, quando você tem investimentos em títulos com rentabilidade pós-fixada ou híbrida, a rentabilidade acompanha as alterações da Taxa Selic.

Além disso, a Selic impacta o valor da nossa moeda, os preços de mercado, dos serviços, dos empréstimos e financiamentos. Por conta disso, acompanhar as variações dessa taxa é importante, não somente para quem investe. 

Vale mencionar que você pode sempre consultar o valor atual da Selic no site do Banco Central.

Como o Copom define a Taxa Selic

O Copom define a Taxa Selic durante suas reuniões, que duram geralmente dois dias cada. No primeiro dia, os membros do comitê assistem apresentações técnicas que relatam a situação e as previsões para o cenário econômico brasileiro e mundial.

Isso significa que o comitê avalia o comportamento geral dos mercados, bem como os riscos associados e o cenário macroeconômico. Como, por exemplo, as taxas de juros, os índices de inflação, a taxa de desemprego, o consumo e o crescimento econômico. 

Outros fatores que o Copom analisa durante suas reuniões são:

  • Nível de atividade;
  • Evolução dos agregados monetários e finanças públicas;
  • Balanço de pagamentos;
  • Economia internacional;
  • Mercado de câmbio;
  • Reservas internacionais;

É com base nisso e nas perspectivas para a inflação que o Copom decide sobre a taxa Selic. 

Nesse sentido, é certo dizer que a Selic tende a acompanhar o índice IPCA, que é o indicador básico da inflação. Diante de uma inflação controlada, a Selic tende a cair, e o contrário também acontece. 

A decisão sobre a Selic é tomada no segundo dia de reunião, baseada na votação da maioria dos membros do Copom após avaliarem as propostas. Em caso de empate, o voto de qualidade é do presidente do Banco Central. 

Depois disso, o resultado é divulgado no site do Banco Central através de um comunicado oficial. A taxa definida passa a ser válida, até que ocorra a próxima reunião.

Porém, em algumas das reuniões do Copom é decidido por se manter a mesma taxa vigente, não ocorrendo, portanto, o aumento ou a queda da Selic. Isso aconteceu, por exemplo, nos últimos meses. 

Por conta disso, nem sempre os investidores devem contar com alterações na Taxa Selic a cada 45 dias. 

O Copom obedece diretamente ao presidente da República?

O Copom não obedece diretamente ao presidente da República porque precisa de autonomia. Explicamos.

O Comitê precisa ter autonomia do governo e do presidente do país para que suas ações tenham impactos reais na economia. Isso porque o mercado financeiro e o setor produtivo funcionam com base em expectativas.

Portanto, as medidas para equilibrar a inflação e a taxa Selic não podem estar atreladas a nenhum viés político ou partidário. Caso contrário, poderia quebrar a credibilidade perante os investidores, principalmente internacionais.

O mesmo acontece em outros países, como é o caso da França, Alemanha, Inglaterra e dos Estados Unidos. 

Até fevereiro de 2021, o presidente da República tinha o poder de demitir o presidente do Banco Central. Segundo especialistas do mercado financeiro, isso prejudicava as decisões do Copom, porque existia o receio de represálias caso as medidas não fossem de encontro com os ideais políticos do governo vigente.

Porém, naquele ano foi sancionada uma lei que estabelece mandato de quatro anos para o presidente e diretores do BC, sendo que esses não podem ser exonerados pelo presidente da República. 

Também vale citar que os mandatos dos agentes do BC não coincidem com os do presidente do Brasil.

Ainda assim, o chefe de Estado pode indicar os nomes para os cargos de diretores e presidente do BC, que serão depois sabatinados pelo Senado (ou seja, podem ser aprovados ou não). 

A lei também estabeleceu a separação entre Banco Central e Ministério da Economia, para maior estabilidade do sistema financeiro nacional.

Quem são os membros do Copom

O Copom é formado pelo presidente e oito diretores do Banco Central, sendo que todos têm direito de voto. Outros agentes de departamento também participam das reuniões, mas sem direito a participar da votação decisória.

Membros do Copom 2024

Os membros do Copom são: 

  • Presidente;
  • Diretor de Administração;
  • Diretoria de Política Econômica;
  • Diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos;
  • Diretoria de Fiscalização;
  • Diretor de Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural;
  • Diretoria de Política Monetária;
  • Diretor de Regulação;
  • Diretoria de Relacionamento Institucional e Cidadania.

Outros agentes que participam das reuniões do Copom são os seguintes chefes de departamentos:

  • Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos;
  • Departamento de Operações do Mercado Aberto;
  • Departamento Econômico;
  • Departamento de Estudos e Pesquisas;
  • Departamento das Reservas Internacionais;
  • Departamento de Assuntos Internacionais;
  • Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais.

Quando acontecem as reuniões do Copom?

Desde 2005, as reuniões do Copom ocorrem a cada 45 dias. Isso significa que há 8 reuniões por ano, a não ser quando há a necessidade de uma reunião extraordinária. 

As reuniões extraordinárias acontecem quando algo inesperado impacta significativamente a economia brasileira. Porém, até hoje só ocorreram 3 reuniões deste tipo. 

O calendário das datas das reuniões do Copom ficam disponíveis do site do Banco Central, e são definidas com bastante antecedência. Geralmente em junho já são divulgadas quando acontecerão as reuniões do ano seguinte.

Em 2024, as reuniões acontecerão nas datas:

  • 30 e 31 de janeiro
  • 19 e 20 de março
  • 7 e 8 de maio
  • 18 e 19 junho
  • 30 e 31 de julho
  • 17 e 18 de setembro
  • 5 e 6 de novembro
  • 10 e 11 de dezembro

Qual a relação do Copom com investimentos?

Como você viu, ao decidir sobre a taxa básica de juros o Copom influencia toda a economia nacional. Ele também impacta as taxas dos títulos públicos, como, por exemplo, o Tesouro Nacional. 

Dessa forma, quando o Copom eleva a Selic, outras taxas também tendem a subir. Sendo assim, o trabalho do Copom afeta a economia pública e também os investimentos privados

Existem diversos tipos de investimentos que baseiam sua rentabilidade na taxa Selic, como o CDB, LCI e LCA. Por isso, quando o Copom eleva a taxa básica de juros, esse tipo de investimento passa a render mais. 

Entretanto, quando a taxa Selic cai, vários investimentos perdem rentabilidade, o que faz com que investidores realoquem seu dinheiro para renda variável, como é o caso das ações negociadas dentro da Bolsa de Valores. 

Por conta dessas variações que podem ocorrer, o ideal é nunca investir todo o capital em um único investimento. A melhor estratégia é a diversificação em diferentes classes de ativos, alocando parte em renda fixa e parte em renda variável.

Dessa forma, quando um investimento da sua carteira perde rentabilidade, outro ganha. Isso protege seu patrimônio de riscos e aumenta o potencial de ganhos.

Como investir com segurança?

A porcentagem de investimento em renda fixa e renda variável que você deve fazer e quais tipos de ativos escolher, dependerá dos seus objetivos e do perfil do investidor. Não existe um número exato que funcione para todos.

Além disso, fazer realocações periódicas entre os investimentos para ter os melhores resultados conforme o mercado muda, é uma ótima estratégia — especialmente em investimentos a longo prazo. 

Para saber como investir com segurança e obter boa rentabilidade, procure por uma assessoria de investimentos experiente no mercado, como a Blue3 Investimentos

Os assessores conseguem estudar e entender seu caso e traçar o seu perfil de investidor para indicar os melhores tipos de investimento para você. Além disso, ajudam a cuidar do seu patrimônio de maneira profissional. 

Redação It's Money

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