Fusão entre Eneva e Vibra: entenda a proposta e o impacto no mercado

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Fusão entre Eneva e Vibra: entenda a proposta e o impacto no mercado

27 nov 2023Última atualização: 20 junho 2024

Raissa SchefferRaissa Scheffer
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A notícia da possível fusão entre a Eneva (ENEV3) e a Vibra (VBBR3) mexeu com o mercado de investimentos neste início de semana. Isso porque, a empresa de energia Eneva fez uma proposta de combinação de negócios ao conselho de administração da Vibra Energia nesse domingo (26).

Na proposta, que ainda não tem nenhum acordo assinado, as duas empresas teriam a mesma participação na nova companhia combinada. Além disso, a estrutura de governança seria equilibrada, com contribuições dos dois lados.

Fusão entre Eneva e Vibra

“A Eneva entende que uma fusão de iguais com Vibra representa uma oportunidade ímpar para as empresas e seus acionistas, tendo um sólido racional estratégico considerando, inclusive, a complementaridade dos negócios das companhias e, se efetivada, poderá implicar em ganhos significativos de eficiência e de alocação de capital”, diz a companhia em comunicado.

Como resultado, a companhia combinada seria a maior distribuidora de combustíveis do Brasil. Além da maior plataforma de geração termoelétrica e a terceira maior empresa listada de energia do Brasil com valor de mercado.

Segundo Renato Reis, analista fundamentalista da DVinvest, a proposta de fusão entre a Eneva (ENEV3) e a Vibra (VBBR3) é interessante. Isso porque, as empresas, apesar de estarem de alguma forma no ramo de “energia”, atuam em pontas bem distintas.

“Além disso, a proposta é para criar uma empresa dividida igualmente, em 50% para cada lado. Atualmente, a Eneva possui um valor de R$ 20,7 bilhões no mercado, enquanto a Vibra R$ 25,9 bilhões. Ou seja, em tese, os acionistas da Eneva seriam beneficiados de cara, já que, em uma junção e divisão de partes iguais, cada empresa valeria R$ 23,3 bilhões separadamente”, explica.

Hapvida e NotreDame

Ainda segundo o analista, a reação inicial mais negativa por parte do mercado lembra um pouco o que ocorreu entre a Hapvida e a NotreDame Intermédica. “A primeira é uma rede de planos de saúde. Enquanto a segunda é uma rede de hospitais. Ou seja, apesar de parecidas, atuam em praças e operações distintas. O problema desse tipo de junção é que o objetivo inicial geralmente visa gerar sinergias e otimizar processos, mas se as operações são muito distintas, acaba sendo mais difícil de realizar isso, o que pode ser o caso da Eneva e da Vibra”, diz,

Renato explica que, no caso da Hapvida, as ações chegaram a cair mais de 80% depois de concluída a fusão, justamente pelo mercado ter criado expectativas muito positivas quanto aos ganhos de eficiência, que acabaram não acontecendo.

Eneva e Vibra

A Eneva é uma geradora de energia. Atua, em sua maioria, com termelétricas e geração a gás, utilizadas em períodos de menos chuvas, onde as hidrelétricas apresentam mais dificuldade na geração.

Já a Vibra é uma distribuidora de combustíveis. Ou seja, eles compram o combustível da Petrobras e tem os postos de venda para o consumidor final.

“Dessa forma, são operações que não apresentam uma sinergia ou ganhos de eficiência claros, algo que me preocupa um pouco. Agora nos resta saber, será que teremos uma nova Hapvida ou as coisas serão diferentes?” conclui o analista.

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Proposta vai ter partes iguais da nova companhia para as duas empresas
Raissa Scheffer

Raissa Scheffer

Raissa Scheffer (MTB: 0051926/SP) é jornalista com 16 anos de experiência em economia. Foi repórter e editora na Gazeta de Ribeirão e Jornal ACidade. Com passagens pela EPTV Ribeirão, Portal Terra, TV Record e Portal Revide.

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