Renda fixa, ativos reais e diversificação internacional são tendências para investimentos no segundo semestre
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Renda fixa, ativos reais e diversificação internacional são tendências para investimentos no segundo semestre
28 jun 2023•Última atualização: 21 junho 2024
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Para o especialista Artur Wichmann, Sócio da XP Inc e CIO Global na XP Private, a renda fixa, ativos reais e diversificação internacional são as tendências para investimentos no segundo semestre. Com 28 anos de experiência no mercado financeiro, Wichmann foi o convidado especial da live “Onde Investir no Segundo Semestre”, promovida pela Blue3 Investimentos.
Além dele, Camilo Cavalcanti, Sócio e Gestor na Oby Capital, e Bruna Centeno, Sócia e Advisor na Blue3 Investimentos, discutiram o atual cenário econômico e político do Brasil, bem como as tendências internacionais.
Cenário nacional
Segundo os especialistas, no Brasil, a sinalização da ata do Copom para o início da queda na taxa Selic desenha um cenário positivo para a bolsa de valores. Com isso, haverá espaço para a valorização de ativos mais longos, um alongamento na renda fixa. Bem como o favorecimento de ativos de risco geral. “Tende a favorecer a bolsa”, explicou Camilo Cavalcanti, Sócio e Gestor na Oby Capital.
“Hoje, vemos tanto investidores locais, quanto o investidor estrangeiro montando novamente essas posições (entre renda fixa e ativos mais de risco)”, pontuou Bruna Centeno, Sócia e Advisor na Blue3 Investimentos.
Para Artur Wichmann, nos próximos três meses, a bolsa é um “passeio aleatório”, pois, quem investe em bolsa precisa pensar nos próximos três ou cinco anos. “No processo de criação das empresas. Mas, é inegável que o Ibovespa está barato.”
Ainda no panorama Brasil, Camilo Cavalcanti destaca que a reforma tributária deve limpar o cenário e trazer mais investimentos ao longo do tempo.
“Não esperamos um resultado a curto prazo. Mas, terá um efeito muito grande no ambiente de negócios brasileiro como um todo. Vemos com bons olhos o avanço da reforma, como vem sendo feita. Deve resolver questões que atrapalham o custo Brasil. Trazer uma simplificação muito grande.”
Diversificação internacional
Os especialistas também debateram os investimentos internacionais, que devem fazer parte da carteira nesse segundo semestre.
“Para quem quer investir lá fora, o objetivo de investimento nunca deveria ser norteado pela taxa de câmbio. Buscar diversificação internacional, buscar modelos de negócios que não estão disponíveis no Bovespa e fatores de retorno que não estão disponíveis no Brasil hoje em dia.”
Tendências para investimentos no segundo semestre
Assim, segundo o especialista da XP Inc., o essencial ao pensar num portifólio para o segundo semestre é se proteger da inflação. "A inflação é a maior destruidora dos portifólios ao longo do tempo”, disse.
Ainda de acordo com ele, cada um tem um perfil, então, a tendência para o segundo semestre pode variar. Mas, é importante uma boa revisão a sua aversão ao risco.
“Os princípios que norteiam a criação de um portifólio consistente e sólido são claros: uma parcela da renda fixa pós-fixada –caso o cenário de queda na taxa de juros não se concretize; se proteger da inflação; ter títulos indexados a inflação”, disse.
Nesse sentido, Wichmann explicou que proteger o portifólio com uma parcela de renda fixa pós-fixada e uma parcela de renda fixa atrelada à inflação faz sentido. “Daí, você complementa seu portifólio, conforme o perfil de risco, com ativos reais que podem ser uma parte bolsa e uma parte fundo imobiliário. Mas, não tem número mágico, não tem percentual certo.”
Ainda de acordo com ele, um último elemento seria a diversificação internacional. Ou seja, a tendência para investimentos no segundo semestre se baseia:
- Renda Fixa (uma parte pós e uma parte indexada à inflação)
- Ativos reais
- Diversificação internacional
“Com esses três grandes blocos, você constrói um portifólio consistente, que é capaz de te proteger da inflação e te dar um retorno real adequado. Já, qual o percentual que você usa em qualquer um desses três blocos vai depender muito da aversão ao risco.”
Raissa Scheffer
Raissa Scheffer (MTB: 0051926/SP) é jornalista com 16 anos de experiência em economia. Foi repórter e editora na Gazeta de Ribeirão e Jornal ACidade. Com passagens pela EPTV Ribeirão, Portal Terra, TV Record e Portal Revide.
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