PMI industrial: setor segue mostrando condições operacionais difíceis

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PMI industrial: setor segue mostrando condições operacionais difíceis

3 jul 2023Última atualização: 21 junho 2024

Redação It's MoneyRedação It's Money

Os dados de junho do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial para o Brasil continuaram mostrando condições operacionais difíceis em todo o setor, com a retração da demanda levando a contrações adicionais em novos pedidos e na produção. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (3) pela S&P Global.

“Os dados mais recentes do PMI evidenciaram os desafios impostos pela demanda fraca e pelas vendas mais baixas, que obrigaram os fabricantes brasileiros a recalibrar suas estratégias e operações. As empresas reduziram os volumes de produção novamente, diminuíram a compra de insumos e cortaram o quadro de funcionários. Essa abordagem cautelosa refletiu a necessidade de alinhar a oferta de produtos com a demanda, gerenciando custos e otimizando recursos", informou por meio de nota Pollyanna de Lima, Diretora Associada de Economia da S&P Global Market Intelligence;

Em resposta a pressões do mercado e à dinâmica competitiva, as empresas baixaram seus preços de venda à taxa mais acelerada desde junho de 2009. A redução foi fundamentada por uma segunda queda consecutiva nos custos dos insumos, que também foi a mais acentuada em 14 anos.

Em outras áreas, houve novos cortes na compra de insumos, outra rodada de demissões e uma melhoria sem precedentes nos prazos de entrega.

Segundo Pollyanna de Lima, "“Embora o declínio mais acentuado nos preços de insumos desde 2009 tenha oferecido um vislumbre de alívio, isso precisa ser cuidadosamente equilibrado com outros fatores que tolhem o desempenho do setor. Pelo menos, a queda dos custos permitiu que as empresas tentassem estimular a demanda através de cortes nos preços de venda sem suprimir as margens".

O Índice Gerente de ComprasTM (PMI®) sazonalmente ajustado do setor industrial do Brasil da S&P Global voltou a ficar abaixo de 50,0 em junho, sinalizando outra deterioração na saúde
do setor. Além disso, o valor principal caiu de 47,1 em maio para 46,6 em junho, indicando uma taxa de contração mais acelerada.

Junto com a queda de novos pedidos, os fabricantes indicaram outra redução nos volumes de produção. A produção diminuiu pelo oitavo mês consecutivo e a um ritmo sólido e mais acelerado do que em maio.

Os bens intermediários lideraram uma contração generalizada ao nível do subsetor. O mês de junho também registrou uma queda sólida em novos pedidos recebidos por fabricantes brasileiros, com os participantes da pesquisa mencionando condições de mercado difíceis e retração da demanda.

A contração mais recente em vendas foi a nona em meses consecutivos. A demanda internacional por produtos brasileiros continuou a piorar em junho, o que os participantes da pesquisa atribuíram a circunstâncias adversas nas vendas em todo o mundo.

Os fabricantes brasileiros continuaram a sinalizar um excedente de capacidade em junho, com a redução de volumes de negócios pendentes pelo vigésimo quinto mês consecutivo. Como resultado, as empresas demitiram pessoal mais uma vez.

Apesar dos desafios atuais enfrentados pelos fabricantes, o otimismo em relação às perspectivas de crescimento se manteve. Expectativas de um novo recuo da inflação geral e de queda das taxas de juros fundamentaram a confiança nos negócios. As empresas também esperam melhorias nas tendências de demanda e nos investimentos do setor privado.

“A confiança nos negócios se manteve positiva em junho, o que pode vir a se tornar uma força impulsionadora que fomenta a resiliência e restaura o crescimento do setor. Dito isso, o otimismo foi baseado em grande parte em expectativas de que as taxas de juros caiam e a demanda se recupere. Apesar de não indicar uma possível mudança de rumo da política monetária, o Banco Central do Brasil poderia tomar a iniciativa de cortar juros considerando os indicadores de preços mais recentes", finaliza a diretora.

Redação It's Money

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